SEJAM BEM VINDOS, VISITANTES DE OUTROS MUNDOS!

"Cada pessoa é um universo inteiro, mas a maioria se contenta em criar para si um pequeno mundo, não muito maior que uma cela, e vive quase feliz nesse lugar".
Sejam bem vindos, todos os que visitam este pedaço do meu mundo, onde espero poder trocar idéias, e não simplesmente impor as minhas.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

REALIDADE FICTÍCIA

O que é realidade pra você? E o que é realmente real?

É comum ouvirmos alguém dizer: “isso é a realidade...” Mas o que é realmente real? Para o pobre, que se mata de trabalhar pela sobrevivência, e às vezes nem consegue um emprego, sendo obrigado a se virar vendendo balas, refrigerantes, doces, sanduíches, etc. a realidade é dura. Mas e pra quem é milionário? E os que moram em casas cinematográficas, têm uma Ferrari na garagem, viajam quando querem, têm empregados pra tudo, etc. Será que a vida deles não é real? A vida deles é real também. É a vida dos sonhos de muitos, mas pra eles é a realidade. Ou não é?

Então, pergunto novamente: O que é realidade?

Penso que “a” realidade está além da nossa compreensão. Temos realidades nessa vida, mas são “realidades temporárias”. Ou não? O que dizer de quem é pobre e ganha na mega-sena? E de quem é atleta, e em um acidente perde uma perna? O que é real, o antes ou o depois? Ambos são reais. São exemplos de realidades distintas que podem ser vividas por uma mesma pessoa. A vida é real. A morte também, o que faz a própria vida ser temporária.

Aliás, vida e morte são uma questão bastante interessante com relação à realidade. Talvez a “realidade real”, ou “verdadeira realidade” só venha a ser conhecida por nós após a morte. Mas aí já passamos para outro terreno, muito mais escorregadio e traiçoeiro.

Mas, voltando ao assunto, real é o que lhe “parece” real. Você vê o mundo através dos seus próprios olhos, e o compreende de maneira própria, particular, totalmente pessoal. Você pode ter amigos que compartilhem de algumas opiniões suas, mas dificilmente encontrará alguém que compartilhe de todas as suas opiniões, que você chama de “verdade”. Uma verdade pode ser comum a várias pessoas, mas um conjunto de verdades dificilmente o será.

Bem, eu, particularmente, sempre fui um cara muito pensante. Nunca fui muito de aceitar a verdade dos outros sem raciocinar sobre elas. Isso não quer dizer ser cabeça dura, não saber ouvir. Ouvir os outros é importantíssimo, porque cada um pode ter uma opinião totalmente diferente sobre o mesmo assunto, e algumas vezes todos estão certos. Vou dar um exemplo:  Imagine quatro pessoas dentro de um quarto, cada um encostado em uma parede. No meio do quarto tem uma cadeira. Cada um vai ver um lado diferente da cadeira. Um pode dizer que o recosto da cadeira fica do lado direito. Outro vai dizer que não, o recosto fica à esquerda, e por aí vai. Todos têm opiniões diferentes, mas todos estão certos, de acordo com seu ponto de vista.

No Brasil as pessoas gostam muito de exemplos, se preocupam demais com o que os outros pensam. Se o cara for famoso, coitado, tem que ter resposta pra todas as perguntas, solução pra todos os males do país.
No dia em que as pessoas souberem pensar sozinhas, nós viveremos um pouco melhor. A escola deveria ensinar a pensar. As pessoas deveriam saber pensar. Mas não sabem. As escolas ensinam a abrir um livro e decorar coisas.

Aí a criança cresce e vira mais um deficiente intelectual que precisa ser guiado pelos outros a vida toda.

terça-feira, 29 de maio de 2012

BANCO DE DNA DE CRIMINOSOS

Foi sancionada hoje pela presidente Dilma e publicada no Diário
Oficial da União uma lei que cria um banco de DNA para auxiliar na elucidação de crimes violentos. Seguindo o exemplo de outros países, o Brasil entra de vez na era da polícia científica, que cada vez mais deixa de ser ficção. Aliás, e a propósito (como diria Ancelmo Gois), a vida imita a arte, ou a arte imita a vida?
O banco será composto por vestígios humanos encontrados em locais de crimes, como unhas, sangue, sêmen, cabelo, pele. Também fará parte do banco material genético retirado de criminosos com condenação por violência dolosa (quando há a intenção de praticar o crime). O banco será gerenciado por uma unidade de perícia criminal.
O fato é que a lei abre um grande novo leque de trabalho para a nossa polícia. Uma investigação baseada em material genético pode em muitos casos agilizar o processo investigatório e facilitar a identificação do criminoso, e ainda reduzir muito a possibilidade de erro judicial.
O prazo para que a lei entre em vigor é de 180 dias.

terça-feira, 15 de maio de 2012

OS SENTIDOS DA VIDA

O grande sentido da vida humana é a procura pelo sentido da própria existência.
Há quem tenha filhos, e criar e educar os filhos se torna o sentido de suas vidas.
Há quem foque sua atenção no trabalho, e o desenvolvimento de sua carreira dá sentido à sua vida.
Há quem desenvolve trabalho comunitário, leva ajuda em forma de alimento, carinho, atenção e conforto a quem não tem nada, e assim encontra sentido em sua vida.
Há quem encontre na igreja, seja qual for, o sentido que precisa em sua vida.
Há quem veja a vida como um parque de diversões, e faz da diversão o sentido de sua vida.
Há os que tem sonhos, e trabalham para realizá-los. E fazem disso o sentido de suas vidas.
Há os que tem sonhos, mas não se movem para realizá-los. E fazem de sonhar o sentido de suas vidas.
Há os que apenas olham, estáticos, para o mundo, e a preocupação se torna o sentido de suas vidas.
E assim por diante, até o infinito...
A grande pergunta que todos nos fazemos, mais cedo ou mais tarde, é a pergunta mais importante que se pode fazer. E a resposta só pode ser dada por quem a faz, porque existem tantas respostas possíveis quanto estrelas no céu. A sua resposta só você pode conhecer, porque o sentido da sua vida é o que você fizer com que seja esse sentido.
É engraçado pensar que tudo o que o homem cria, cria por uma razão. Cria para satisfazer uma necessidade. Tudo o que o homem cria, tem um sentido. Mas o próprio homem é criado antes da necessidade. O homem é como um dispositivo multi-uso, que existe antes do sentido, antes de haver uma razão de ser. Ele existe, é fato, e cabe a ele dar sentido à própria existência.
Se o homem existe por uma razão específica, não lhe foi dado conhecer essa razão ainda. Eu, particularmente, não acredito no acaso. A vida é repleta de processos complexos e meticulosos demais para serem obra do acaso.
Durante muito tempo o homem se julgou o ápice da evolução. A obra prima da criação. Ainda há quem pregue isso nos dias de hoje...
Como poderia a obra prima do universo desconhecer a própria razão de ser? Me pergunto, às vezes, se somos observados por alguém como crianças observam formigas carregando coisas para dentro do formigueiro.
Nada, absolutamente nada na natureza existe sem um propósito. Talvez sejamos uma experiência ainda em fase de desenvolvimento, quem sabe? Talvez não sejamos uma experiência. Talvez sejamos criaturas em fase de desenvolvimento, como a larva que se torna mosca, e a lagarta que se torna borboleta...
Determinados acontecimentos dão uma forte impressão de que algo ou alguém nos observa, e em determinados momentos interfere em nossas vidas, como a mão da criança que espeta um graveto no formigueiro.
Creio que chegará um momento em que conheceremos a razão da nossa existência. Por enquanto, não fazemos ideia do lugar que ocupamos no universo. Por isso, cabe a cada um de nós dar um sentido à própria vida.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA DA MORTE

Ter consciência da morte faz o homem sair do lugar. A morte dá sentido à vida. O menino se torna homem de fato quando a morte deixa de ser uma possibilidade, e passa a ser uma certeza. As dúvidas são apenas quando e como. Claro, há ainda o porque... Mas prefiro perguntar porque vivemos, já que morremos porque estamos vivos.
Fui apresentado à morte muito cedo, ainda criança. Mesmo assim, muitas vezes na vida preferi fingir que ela está sempre olhando pro outro lado, e que não tem conhecimento da minha existência. É próprio do ser humano criar um mundo perfeito para si e viver dentro dele. A ideia da morte é desagradável: O fim. Ao menos, o fim de tudo o que conhecemos, ou como conhecemos. ( é muito estranho viver em um país tão religioso, mas que ao mesmo tempo trata a morte como o fim de tudo).
Como disse acima, muitas vezes finjo que não tenho conhecimento da morte, e fico verdadeiramente surpreso quando ela leva alguém do meu mundo. E como se nunca houvéssemos nos encontrado antes, ela me olha diretamente nos olhos e diz com a tranquilidade dos que trazem em si a verdade absoluta:
- Muito prazer. Eu sou a morte. Eu trago a mudança. Ao contrário do que pregam as religiões, eu trago a boa nova. É por minha causa que vocês procuram por Deus. Viva bem a sua vida. Nos encontraremos outras vezes, embora você talvez não me reconheça quando eu passar, e então me apresentarei outra vez.

O homem tem uma relação estranha, difícil, com a morte. O homem sempre soube, desde o inicio dos tempos, que a morte é o destino comum de todo ser vivo. Mesmo assim a maioria se desespera quando se depara com a morte de alguém próximo.
Alguns acreditam que a busca do homem por um Deus, uma força superior, um criador supremo de todas as coisas, conhecedor de tudo, juiz de todos os nossos atos, onipresente, onipotente, se deve a necessidade de acreditar em uma vida após a morte do corpo. De fato as religiões pregam que o corpo, dito corpo físico, é animado por um espírito, que se desprende do corpo no momento da morte. E a explicação sobre o que acontece a esse espírito após a morte varia de acordo com a religião, e não vou entrar em detalhes sobre isso neste post. Para essas pessoas, a morte representa não o fim, mas uma transformação, ou uma passagem para uma outra existência. E existem, ainda que em número reduzido, pessoas que não acreditam nisso, e para essas pessoas a morte é mesmo o fim da existência.
De qualquer forma, e voltando ao tema central do texto, a consciência da morte faz com que o homem busque um sentido para a vida. A existência da morte, no momento em que nos tornamos conscientes dela, nos leva a nos perguntarmos, em nosso íntimo, se é possível que a vida de uma pessoa ( a nossa vida!) possa terminar, simplesmente deixar de existir. O que fatalmente leva a outra pergunta, que é: “ por que vivemos, então, se tudo se acaba com a morte, quando menos esperamos?” E aí, meus amigos, chegamos à grande questão... E a resposta é simples: Não existe resposta.  Ao menos uma resposta científica, conclusiva, irrefutável, definitiva... Não existe. É a partir de onde nos enveredamos no caminho das crenças de cada um.
Não entrarei em detalhes sobre religiões neste post. Não vou entrar em detalhes, porque a maioria das pessoas se fanatiza, acredita que conhece a verdade absoluta e não respeita o direito de escolha das outras pessoas. A maioria não reconhece que todo caminho pode ser um bom caminho, e que talvez, afinal, acabemos por descobrir que todas as trilhas levam ao topo da mesma montanha. Gosto de pensar que um dia o homem conseguirá entender isso.

A importância da consciência da morte é o poder que ela tem de nos tirar do piloto automático e assim nos levar a questionar questões fundamentais da nossa existência. Pode ser o ponto de partida para uma nova forma de pensar e de agir.Se eu pudesse dar um único conselho às pessoas, eu diria: Questionem tudo. Não aceitem nada como verdade absoluta. Ouçam o que os outros tem a dizer, conheçam a opinião das outras pessoas, mas construam a sua própria opinião. Pensem, raciocinem, meditem, cheguem, enfim às suas próprias conclusões. E isso é aplicável a todos os aspectos da vida. Porque a verdade absoluta, assim como no slogan do antigo seriado "Arquivo X", está lá fora, fora do nosso alcance.